24 setembro, 2009

Fagulhas

Por Cleo Freitas

I
As palavras bonitas
E os versos ligeiros
Fugiram contigo,
Para que eu não possa
Colocar aqui
Em rimas fáceis
Lembranças de tuas incertezas
Do teu sorriso indecifrável
Do cigarro apagado.

II
João,Talvez meu coração calejado
Não tenha dedicado a ti
Paixão em tamanho merecido.

III
Em teu corpo miúdo,
Naveguei por mares
Nunca antes navegado.
Em teus lábios,
Andei por caminhos
Nunca antes trilhados.

IV
Quero celebrar o homem
Que existe em teu seio de menino,
Que trouxe a mim
Fagulhas de felicidade
Cuidadosamente embaladas.

V
Meu anjo de dezesseis anos,
Vai embora, vive tua vida
Sem olhar para trás
Deixe-me aqui remoendo saudades,
Mágoas jamais.
Deixe-me aqui com fagulhas de certezas
Que um dia fui amado.
Aqui ficam as lembranças
De uma casinha branca
Com suas coisinhas,
Ficam aqui saudades das tardes ligeiras que passamos juntos
Escondidos do mundo,
Ficam aqui lembranças de teu sorriso indecifrável
De tuas incertezas.

PS: há muito tempo escrevo textos em versos (alguns minúsculos, do tamanho da minha inspiração), que eu ouso chamar de “poemas”. Estes são os meus últimos, todos escritos na noite do natal, ano passado. Estão dedicados a minha ultima paixão platônica (João Paulo). Agradeço a compreensão, espero que gostem. Visite o blog e conheça mais o autor clicando aqui.